quinta-feira, 21 de junho de 2012

É TEMPO DE SE RESPONSABILIZAR OS AUTORES DOS CORTES NAS ESTRADAS E PASSEIOS DA CIDADE DE MAPUTO.


É lamentável e até mesmo revoltante ter de conviver com a impunidade e a falta de civismo com que se vive nas ruas, avenidas e passeios da Cidade de Maputo. Tornou-se muito comum, nos nossos dias realizarem-se cortes em quase todas as artérias e passeios da nossa cidade, os quais permanecem abertos ou semiabertos, danificando o alcatrão, quebrando a suspensão dos nossos carros e dificultando o já caótico tráfego rodoviário que caracteriza a nossa Cidade. Em princípio, todos nós pagamos os impostos e deveríamos, enquanto cidadãos e munícipes, usufruir dos mesmos direitos e deveres perante as autoridades municipais mas infelizmente uns são mais cidadãos do que outros, contrariando as leis e a todos. Senão vejamos: todo o munícipe sempre que pretenda realizar uma obra deve requerer uma autorização perante o Município, pagar uma taxa e cumprir fielmente com o que estiver regulamentado para o efeito mas no entanto, constatamos com espanto e indignação que existem empresas de telefonia e de televisão a cabo que regularmente realizam cortes em todas as artérias da nossa cidade e ninguém toma as medidas cabíveis na lei de modo a obriga-las a taparem adequadamente os buracos bem como a pagarem as penalizações devidas pelos estragos que causam aos nossos carros e pelo desconforto que criam nas nossas vidas. Como se explica tudo isto? Porquê é que uns são mais cidadãos do que outros? Não será que por detrás desta ilegalidade e negligência toda estar-se-á também a encobrir-se eventualmente vergonhosos casos de corrupção e de compadrio? É que de outro modo não se percebe como é que as autoridades municipais, incluindo o próprio Edil que também anda todos os dias, de carro, pela cidade não se apercebem desta situação calamitosa que tomou de assalto á nossa cidade? Ou será que se deve organizar uma passeata (manifestação) pacífica e ordeira com o intuito de exigirmos mais respeito por quem paga impostos e almeje viver numa cidade com regras? Toda a paciência tem um limite e ninguém deve ter o direito de desrespeitar as regras e as normas por todas nós acordadas sob o risco de perpetuar e consolidar a anarquia que parece querer instalar-se nas nossas ruas. Ninguém é contra as acções comerciais desenvolvidas por estas mesmas empresas mas convenhamos, há que haver quem discipline os cortes que elas fazem nas nossas estradas e passeios de modo a preservar o bem comum. É tempo de dizer basta e de exigir-se uma explicação pública e plausível por este estado de coisas. Alguém deve ser responsabilizado. A Assembleia da Republica aprovou recentemente alguns dispositivos legais que remetem a responsabilização dos titulares de cargos públicos pela negligência ou actos contrários a lei que sejam praticados durante os seus mandatos. Pelo que é tempo do nosso Edil se distanciar destas praticas e mandar repor a legalidade e punir os infractores e é ainda chegado a hora de se exigir também a responsabilidade civil e até mesmo criminal dos responsáveis pelo continuar destas acções que atentam contra a nossa dignidade como cidadãos e munícipes.

De uma coisa estou convicto: o perpetuar deste estado de anarquia e impunidade irá agravar a já precária legitimidade das nossas autoridades municipais, o que convenhamos não deve contentar-nos e nem sequer sossegar-nos, pois ninguém em sã consciência deve ficar feliz em ver a sua cidade a caminhar lentamente para o caos. O mais estranho e caricato é que todos os munícipes desta cidade, desde o Presidente da Republica, Presidente da Assembleia da Republica, Primeiro-ministro, Presidente do Tribunal Supremo, Presidente do Conselho Constitucional, Presidente do Tribunal Administrativo, Procurador-Geral da Republica, Provedor de Justiça, Deputados da Assembleia da Republica, Ministros, Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Governadora da Cidade de Maputo e demais cidadãos percorrem quase todos os dias a cidade e deparam-se com esta triste situação mas nem assim, as autoridades municipais se sentem pressionadas a mandar pôr um basta a tudo isto. O que se passa de facto para que ninguém tenha a coragem de pôr cobro a esta anarquia toda? Será que nem mesmo as presidências abertas são suficientes para combater esta anarquia? Quem, será o todo-poderoso que manieta a todos, incluindo eventualmente até o nosso próprio Edil que tem o dever de cumprir e fazer cumprir a parte que lhe cabe no âmbito do contrato social sob o risco de também encorajar-nos a desrespeitar o contrato celebrado acarretando todas as consequências inerentes?




























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